quinta-feira, 20 de outubro de 2011
memorial descritivo sobre a minha obra de arte
Curso: LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS VISUAIS | Pólo: POSSE |
Aluno : BIANCA ALVES DE MACEDO | |
Disciplina: LPC | |
Atividade: MEMORIAL DESCRITIVO |
Este memorial descritivo aborda aspectos poéticos precisamente da simbologia das imagens do meu “lugar”, da minha “identidade” na filosofia poética de Gaston Bachelard que influenciou o meu trabalho onde a minha obra de arte tem como matriz imaterial as “imagens do espaço”,em diálogo com a obra do mesmo, “A poética do espaço” e a “Imensidão Intima”.
Os valores da intimidade do espaço sugerido por Gaston, nos permitem pensar que a casa é um dos maiores poderes que permitem interligar os pensamentos, lembranças,os sonhos e devaneios, que são guardadas na memória , no inconsciente e nos acompanha durante toda a vida e sempre voltamos-nos a elas nos nossos devaneios.
As imagens do espaço da minha morada foi transportada para a minha obra de arte com o nome de “Posse dos meus olhos” , onde procurei retratar as imagens da minha “antiga” e atual morada, através da contemplação de todo o espaço da cidade, pessoas, objetos, lugares...
Partindo do pressuposto de que as imagens podem ser pura utopia, ao mesmo tempo notamos que é necessária para a sobrevivência do ser criativo em tempos não utópicos, assim elas foram transpassadas em meu quadro e podem ser vistas como a “exploração de imagens” que ressoa ecos do meu passado e presente tendo como afirmação de que a vida é “redonda”, pronunciada em épocas diferentes é percebido no objeto representativo “roda” na minha obra de arte.
Não foi fácil chegar até aqui com os devaneios da minha imensidão íntima, a proposta de transmitir o dialogo por meio de um tema simples com apropriação de elementos cotidianos foi de mostrar ao espectador aquilo que sempre me circundou.
Definido o tema do meu trabalho, o passo seguinte foi à definição da técnica para a realização do trabalho e a colagem foi escolhida por apresentar de modo mais sensível o meio em que vivo.
Para que conseguisse um bom resultado , primeiro precisei estudar um pouco as obras de alguns artistas contemporâneos que trabalharam com a técnica de colagem, pois cada um tem seu significado no mundo da arte.
Pensando a respeito de que a arte contemporânea não lemos formas e sim conceitos e símbolos, a fotografia e a tela foram escolhidos para abordar a poética do meu trabalho.
Nos primeiros momentos tive o pensamento que fazer uma obra de arte era apenas o artista pegar alguns pincéis, tintas e um suporte qualquer e começar a desenhar , constatei que a realidade não é essa. O artista é inspirado em alguma coisa para começar sua obra e não deixa de encontrar obstáculos dos quais passei, como ter um olhar mais atento, aprender a observar e analisar os materiais com os quais eu escolhi trabalhar e saber “demonstrar” a minha intenção da escolha dos materiais que foram usados na obra.
Empreender um olhar poético das minhas vivências particulares, foi dar um sentido na possibilidade de montar pedacinho por pedacinho, o quebra- cabeças mais completo, da minha prática como artista, as memórias afetivas das imagens , constituíram uma “paisagem” que decoraram as paredes do "túnel do tempo" que é a minha vida.
Penso que a calma, senso de organização e memória é claro, compôs um caleidoscópio significante dos momentos de experiências na “criação” mais que artística, também pessoal.
O meu trabalho artístico final, evidenciou que nem sempre foi possível deixar de lado os materiais e técnicas tradicionais, como desenho e pintura mas nesse contexto é preciso observar que a intencionalidade quanto ao uso desses materiais devem ser considerados como partes que se fundam aos demais, trazendo a tona novos significados, onde foi possível apresentar o universo poético e imaginário a partir das imagens do “meu lugar”.
Bianca, obra: Posse dos meus olhos, colagem em tela
40x50, 2011.
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